quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O enigma da natureza libertina

Chagall


Ao som dos raios e trovões
O vento brincava na noite escura
em meio as árvores,
Lá pelas tantas
me vi dentro do espelho
diante de um pássaro branco
reversado-me do traje
já premeditado
fechei os olhos para acordar
inútil
pois estava no infinito distante.
eu vivi e morri
eu morri e vivi.
Depois sorri
e entreguei-me ao sol da noite.
O tempo esperando
horas apressado, minutos paciente
sempre ali nos observando.
O pássaro branco foi o tempo,
o tempo foi o branco
o branco no tempo
o pássaro e eu
e eu já não era eu
fora ou dentro do tempo.

Hans Muller

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Grito de horror


Auguste Rodin

Apedreja-me
Até que meu pálido corpo vil
estenda-se sobre a terra da morte
cuspa-me
...
Na cara
Na venta
de saliva cálida.
acrescente umas pétalas de horror
e depois veja
o meu sangue escorrendo na beira do rio
Ouça a minha voz de falso poeta suicida
O acaso é inexistente
E a Arte mais uma vez revelou a minha alma
na tela popular
nos folhetos
Susto
Frio de arrepios
hipnotismo
meditações
O beijo dentro do orvalho
A história intima
Nasce a cada segundo
Quero deitar nesse sussurro
do tempo que me toca
para o caminho da dama dourada.
E dentro do silencio secreto
esperar a nova doçura
do carrossel de aventuras
e descobertas
porém os titãs e as feras
querem nos devorar.

[Hans Muller]