Anseios da Alma

No instante primeiro

[ficou imóvel]

numa letargia aparente

diante do olhar atormentado. 

Em seguida partiu, 

caminhou 

nos cata-ventos. 

[Hans Muller]

As Próprias Coisas

Sisiutl

As portas se abriram. 

Um casaco pendurado na parede,

O cheiro das emoções
espalhado pela sala.

Os cães ladravam raivosos

ao longo da madrugada.

Ele,

se escondeu na retina esquerda.

Pensou outra vez... 

na estrutura perdida.

As flores permaneceram

 guardadas na gaveta do meio.

Ela,

 em sua cólera dialética.

Noutro contexto:

  Atingiu todos os grilhões...

  Uma pré-reflexão da possibilidade,

a pulsão do olhar dobrado 

na natureza das sombras.

                       [Hans Muller]

Espelho e Memória

Deitou sobre a raiz amarela
Com seu espelho mágico...
observou o menino presente.
Na magia do olhar
desenhou seus encantamentos e quimeras.
Sacudiu
na certeza mística...
O renascimento de Zagreu.
Transcorreram a existência sensível,
os delírios sagrados.
Acalmaram a alma nos beijos mordidos
Símbolo Misterioso.
As múltiplas perguntas e sabores
desaguavam aos 16 km
para alimentar  a maquina dos meus sonhos
nas janelas abertas ( no alvorecer?).
                                                                                                          Hans Muller
Dali                                                                                     

                                  

Phyllastoma Hastatum

               Especiarias.

remos

          conexões.

Um olhar sobre o não espetáculo

Um Instante de Silêncio

Apenas o barquinho de papel

e o menino em sua travessia.

Algumas estrelas se abriram.

O menino foi para o não visto.

Na extração da parte-todo

Numa tensão negativa dos limites existenciais.

Mergulhado na unidade natural

uma expressão compreendida 

na abertura das velas.

O viver de si.

Choque Espiritual

A luta íntima
Numa jornada anti-heroica
aquela simbiose particular
ao espirito do Caos.
Depois uma amargura de fundo
com gosto de caldo de sapo cru.
Outra ruína absorvida.
O jogo de cartas amarrotadas.
A desconstrução do EU
na próxima estação:
O Chão de estrelas.
A titulo de introdução.

[Hans Muller]

Via: barefoot4ndfree

Source: arabia-mountain 

Escadaria Prolongada

Luzes ritualísticas
Elas dançavam com o chapéu  entre  seus corpos.
Flores por toda parte.
A Base,o episódio bacteriano
joelho cortado...
perdeu a perna
do pulo do muro.
A máscara do prazer,
poder,
da luz e da obrigação.

[ Hans Muller]

Outro lugar

Uma fina poeira

se esconde naquele não-vazio.

Ingenuidade

Talvez  só  restaram algumas brasas

da fogueira esquecida no quintal.

                         Hans Muller

Via : barefoot4ndfree 

Fonte : accioc0nfidence

Os segredos do Vazio

Lembrou de um esboço numa gaveta
       depois descortinou sua cegueira
                                       além da alma.
Deu uma pausa,
    Fixou o seu olhar
      para árvore no seu quintal.
      Ficou por lá por 80 anos.
                                                  [Hans Muller]

Via: aurora-spirit

Source: prettymajorpop 

Variação do Prazer

Era uma vez...
          A colina dos prazeres
- revolucion dos corpos
Evoé, Evoé...

Depois a destruição da carne.

Retornou para o ataúde fúnebre...
na sua nostalgia aos vermes.

[ Hans Muller]

Gunther Von Hagens

Atrofia do Corpo

Um passeio

no breve poente

levantou o olhar

mirando o íntimo.

Arrebentou as asas, mas conseguiu um pouso leve.

Deixou o escarcéu...

aspirou o sono com os mortos. 

[Hans Muller]

Vaporoso

Revirar

as margens

Explodir

outro caminho

em luzes pintadas

...

um ventilador

jogado 1904

no drama e outras reparações

um descontrole

enlouquece(dor)

E os dentes da máscara heróica

o soluço e o conselho

manifestando a lama

depois dos batuques

extensos.

[ Hans Muller]

Esparramado

Via: across-the-universe-we-go

Source: if-winter-ends 

Cotidiano sistemático

lançado ao pavor

sem fachada

um pouco de lama

escorreu em socos fortes

tecendo o desespero

nas crostas da pele

do moribundo.

[ Hans Muller]

Pouco inteligível

Um esconderijo: aquele barco cinza

num raro caminho

E o próximo desafio mental

o mistério tônico.

tudo a sério

aquele sinal sutil, cromático 

uma fotografia construída

A Pele na sua travessia

em seus códigos

que misturam aos olhos

sem tom.

[ Hans Muller] 

Pronto pra ler

A extensão do vir-a-ser
Numa sala virada as duras queixas
um rastro possível
civilizatório
uma gota de tempero
na Verdade ou mentira
Alguns doutores virados
vira-latas, banguelos
tentando esculpir do sangue alheio
sua forma estúpida
senhor decadente.

[ Hans Muller]

Trincheira Moderna

Um livro sem método

A trincheira preparada,

Soldados laçando rajadas de versos

Operação do saber

Algumas canções aceleradas

Parafusando aquilo que não tinha gosto.

Esse  era  o Desafio psicótico moderno. 

[ Hans Muller ]

Pacas porcas

Constante a externalização do meu ser pequeno

Dentro e fora das palavras

confesso 

dormir junto as pacas porcas

para alimentar LONGE do claro e destinto.

[Hans Muller]

A Canoa

E nesse caminho percorrido,

Aquela imagem circular,

Um rio ao redor

Alguns cheiros desconhecidos

Uma sombra no canto da sala

As paredes nas cores do ano anterior

Alguns poetas no seu rebanho de solidão

Um suicida. Desconstruiu o seu limite?

O apego na muralha,

acorda.

Já fez o café?

[ Hans Muller ]

Limitado

Afinal, onde está o novo?

O genuinamente Original?

Nada nOvo nada n0vo!

Nada o ovo – o novo o nada...?

Anticristo, Ateu, deísta, agnóstico...

Nada novo, Nada no ovo

Crenças, fé, religião, sagrado, profano

A casca do nada do ovo, nada novo.

Puritanismo, monogamia, poligamia, putaria.. sutras, istas...

OVO, tnuaddoa...ntauddao...ada

Eu, ismos, teoremas, posições, estaturas...regras

Termos, conceitos, sistemas, liquidificador

Adan... Eu

Cronolocos, cronológicos, Cartesianos,

Nada sei... O Nada 

Culpa da Dúvida

Caramanchões, Bombardeios, terror... ismos

moral cristã, moral glbtttttttttttttttttttttttttt...

Nada no ovo

Pendurada

Nada novo

Hans Muller

Silêncios Conscientes

Vai se rindo Maria...

Das tais metafísicas,

Glossários, causas primeiras.

As Tais expressões – processos,

convenções...estilos de procuras...

o lógico, o coerente, o sentir, o agir,

Características: - corpo, alma, espírito?

 (ou melhor) será? Percepção entre signos?

o ser ou talvez o não-ser...

o pensar, quem diria o  saber.

Os Jogos, as preparações, requalificações.

Dos contrários e contraditórios.

E daí...mais um vez pequeno ou menino?

Nessa polissemia / Unicidade experimental.

Dessa forma Gaia...

caótico original: Substancial.

Sei.

...sei...

Sei.

Você também Benjamin, vai se rindo?

Desaguando... nas verdades dos personagens,

Interpretando silêncios conscientes.

Espelhos emoldurados

Espelhos libertários

Vai se rindo.

Irônico... vai se rindo, vai se indo...

Permanece. E vai se indo.

Cabeleira, mortes, gravatas... facas,

Gerentes, escadas, luzes, choros,

Verdades sensíveis, costuras, acoites, ferro de passar,

Intacto, fixo, lonas, flauta, flores, pandeiro...

Montagem, sons, arremesso, flexões...

Parte 1.

Parte 2...  

Bicicleta

Parte 55

Chuva...

pARTE e vai se rindo...

nesse Ritual do vir a ser.

TÔNICO.

Hans Muller

Num Ritmo Constante ou o próprio DEVIR

Não há maldição alguma,

É um pouco das suas escolhas menino.

É um pouco do seu destino menino.

O Teatro ( como um todo) na cara,

feito um tapa de prazer.

Não esqueça da dor menino, 

Dor!? Que dor!?

Besteira, bobagem

pensamentos avulsos, corriqueiros.

Eu Quero devorar o próprio Ego,

mastigar...

como se mastiga uma colmeia ...cheia de abelhas.

Eu quero experimentar ainda mais o CAOS dentro do meu ser.

O mais Dramático possível, ou o mais ridículo, 

ou o mais sem forma

ou sempre mais do mais, 

É o que o sempre quero,

sempre o máximo de mim,

até partir a cara na pedra...

nada de nome, nem sobrenome.

Eu desejo preenchimento constaste...

mesmo no Labirinto qualquer, 

ou Dentro do redemoinho,

ou no próprio Abismo.

Eu desejo...

da mesma forma que se deseja a ultima MAÇA apodrecida.

Hans Muller

Da Cegueira da razão

Angelo Bronzino (1503-1572), A Loucura (detalhe), National Gallery, Londres

Hoje estou cólera

No destino cego

Derrubando a medida de todas as coisas,

Vivendo como filho de Dioniso, Zagreu ou Baco

Metamorfoseado entre Ninfas e Sátiros

Entre a désmesure e os delírios Báquicos.

“Trágos theios”.

Hoje

Estou em silêncio.

Errante.

Pequeno.

De todas as partes em mim.

Hans Muller

Sempre Mais

Permaneço criança

Um Pequeno menino

Ingênuo...

Chegando às cores primárias.

Revolucionando as vogais no fundo do cérebro.

12345678910.

Cocô de passarinho

Grito de guerra

Pirataria-cacho X Peter Pan

O nunca, o nada e a morte.

[ Hans Muller]

Expansão dos Corpos

/////////// FLORESTA PSICO,2009 - Joana lira

Era uma tarde chuvosa
Na cidade Veneza
Eu olhava pela janela
Do segundo andar do nosso apartamento.
Esperava ansioso por sua chegada 
Depois de anos
Desde o tempo em que você partiu para Japão.
Eu bebendo algum vinho barato
Ouvia a trilha do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”
boa parte composta e interpretada por Yann Tiersen.
Você chegou... fechou a porta,
Largou a mala, o guarda-chuva,
tirou as roupas do corpo...
Tomamos um banho...
Não houve palavras. Apenas olhares.
...
Em seguida tomamos uma taça de vinho.
...
Apenas olhares.
Olhares
Contemplações
...
Você apagou as luzes
Acendeu as velas
E fomos desenhar poesias entre nossos corpos nus.

[Hans Muller] 

COISAS

Acorde!

Fora da lente

Escute

Dois

Um gole

Um Sexo sacana

Sem tempo, nem pudor

Pudor que vá pra puta que pariu

Pois eu quero mesmo... o seu gozo sincero

Depois pensaremos nos 3 poemetos

O resto deixa pra lá.

[Hans Muller]

Cortinas

Percepção transmutada

Um tanto maldita

Canalizar lugares perdidos

Ou coisas ignoradas...

Do tempo envelhecido?

Um aceno, o rosto encorajado,

o imagismo fundamental.

Uma pedra pequena

Bem parecida com as que encontramos nos sapatos.

Atos, contatos e a despedida

Como uma descarga elétrica...

Clareando ou escurecendo

Dá sua escolha!

A luz é mais provável 

Para no novo embrião 

Tornar a ser

no caminho nascente.


[Hans Muller]

Nada mata minha sede de dúvidas

Heterodoxo...

Ontem eu fui coisa

Hoje coisa alguma

Cuidado!

Bruxas e vampiras

à solta, castigam... mastigam

Depois tudo vago e vazio.

Mas o vazio cai bem,

deve haver alguma lucidez no não habitado.

Estejamos alerta para as futilidades,

Experimente

Delirar no infinito incomum.

                               [Hans Muller]