Teatro de Experiência Grapiúna
Grupo de Teatro Vozes
Olá marcianos, venho mais uma vez divulgar um outro belo espetáculo. Mas antes, para o filosofo Friedrich Hegel a beleza artistica não é apenas para satisfazer os nossos apetites, desejos ou caprichos corporais e intelectuais. A arte tem também como atributos de mostramos-nos se houve ou não a evolução humana e a evolução de nossa sociedade, ao logo dos tempos.
Quando lemos livros de conteúdos artisticos literários percebemos as divisões relacionado a cada época, por exemplo: Arte antiga, arte medieval, arte moderna, arte contemporânea e ainda percebemos cada modo particular de sua época e região. [Continua no próximo capítulo].
Voltemos para o espetáculo: (relise- SILVIA SMITH)
O espetáculo Camila e Carolina, a partir do texto de Vera Viana e com direção de Marquinhos Nô, traz a inconfundível marca da dramaturgia nelsonrodriguiana que ainda hoje inspira certa vertente das artes cênicas brasileiras.
Nessa linha, o texto se apropria da crítica mordaz de Rodrigues à família pequeno-burguesa, destacando a hipocrisia da sociedade brasileira. Para isso, desvela e problematiza questões que se escondem sob uma aparente e frágil harmonia familiar, confrontando perversão sexual, homossexualismo, injustiça, violência, preconceitos e incesto. Juntos, esses elementos são tomados como forma de transgressão, na medida em que, denunciam a precariedade estrutural desta sociedade, através da inversão de seus valores éticos – morais.
A ação se passa nas duas horas que antecedem o casamento das irmãs Camila e Carolina e focaliza situações nas quais predominam os símbolos eleitos pela cultura judaico-cristã como eternos em relação à família e ao casamento.
Enquanto se preparam para a cerimônia Camila é acometida de reminiscências da sua infância marcada por um drama de tons freudianos em relação ao pai, pela violência da mãe, e, em especial, pela paixão doentia voltada para a irmã Carolina. Ambas parecem inconformadas com a condição feminina, o que provoca nelas o desejo irresistível de transgredir as convenções sociais repressoras da mulher. Apenas Camila consegue se impor encarnado o ideal de mulher liberada que agride a sociedade hipócrita na qual transita, mantendo assim uma atitude de auto-afirmação que a faz parecer melhor aos próprios olhos, embora não consiga ter força para mudar a situação, nem evitar seu trágico destino.
Na montagem de Marquinhos Nô, a peça ganha uma dimensão essencialmente freudiana, trazendo a imagem de uma terceira mulher, que não se revela, mas, com a qual, Nô consegue condensar, num único palco, três planos distintos de representação: alucinação, memória e realidade, instancias que podem representar os níveis da personalidade humana descritos por Freud, “Id”, “Ego” e “Super-Ego”. A realidade marca a base cronológica da história, o plano da memória mostra os antecedentes e as razões ocultas que conduziram as irmãs ao ritual do casamento, bem como a relação conflituosa das mesmas com os respectivos noivos machistas. O plano da alucinação é o mais complexo de todos. É nele que Camila projeta suas fantasias e desejos reprimidos, vislumbrado numa frágil boneca de louça, a própria irmã Carolina, objeto de seu delírio e amor possessivo. É esta mulher velada que conduz ao final trágico e inevitável.
Nessa linha, o texto se apropria da crítica mordaz de Rodrigues à família pequeno-burguesa, destacando a hipocrisia da sociedade brasileira. Para isso, desvela e problematiza questões que se escondem sob uma aparente e frágil harmonia familiar, confrontando perversão sexual, homossexualismo, injustiça, violência, preconceitos e incesto. Juntos, esses elementos são tomados como forma de transgressão, na medida em que, denunciam a precariedade estrutural desta sociedade, através da inversão de seus valores éticos – morais.
A ação se passa nas duas horas que antecedem o casamento das irmãs Camila e Carolina e focaliza situações nas quais predominam os símbolos eleitos pela cultura judaico-cristã como eternos em relação à família e ao casamento.
Enquanto se preparam para a cerimônia Camila é acometida de reminiscências da sua infância marcada por um drama de tons freudianos em relação ao pai, pela violência da mãe, e, em especial, pela paixão doentia voltada para a irmã Carolina. Ambas parecem inconformadas com a condição feminina, o que provoca nelas o desejo irresistível de transgredir as convenções sociais repressoras da mulher. Apenas Camila consegue se impor encarnado o ideal de mulher liberada que agride a sociedade hipócrita na qual transita, mantendo assim uma atitude de auto-afirmação que a faz parecer melhor aos próprios olhos, embora não consiga ter força para mudar a situação, nem evitar seu trágico destino.
Na montagem de Marquinhos Nô, a peça ganha uma dimensão essencialmente freudiana, trazendo a imagem de uma terceira mulher, que não se revela, mas, com a qual, Nô consegue condensar, num único palco, três planos distintos de representação: alucinação, memória e realidade, instancias que podem representar os níveis da personalidade humana descritos por Freud, “Id”, “Ego” e “Super-Ego”. A realidade marca a base cronológica da história, o plano da memória mostra os antecedentes e as razões ocultas que conduziram as irmãs ao ritual do casamento, bem como a relação conflituosa das mesmas com os respectivos noivos machistas. O plano da alucinação é o mais complexo de todos. É nele que Camila projeta suas fantasias e desejos reprimidos, vislumbrado numa frágil boneca de louça, a própria irmã Carolina, objeto de seu delírio e amor possessivo. É esta mulher velada que conduz ao final trágico e inevitável.
CAMILA E CAROLINA
Texto: Vera Viana
Com: Silvia Smith
Fatima Farias
Larissa Viana
Direção: Marquinhos Nô
A realizar-se: Centro de Cultura Adonias Filho
Dias: 13 e 14 de agosto de 2010
Ás 20:00 horas
Igressos já a vendas
Inteira R$ 20,00
meia R$10,00
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